A Human Rights Watch denunciou que três mulheres afegãs que se manifestaram em protesto pela falta de direitos foram torturadas, detidas ilegalmente e ameaçadas pelas autoridades talibãs em Cabul.
Segundo a organização de defesa de direitos humanos com sede nos Estados Unidos da América, as detenções arbitrárias e os abusos relatados pelas mulheres afegãs são apenas um exemplo da repressão dos fundamentalistas islâmicos que controlam o poder no Afeganistão desde agosto de 2021.
É também referido que as vítimas estiveram presas na sede do Ministério do Interior do Afeganistão, em condições degradantes. Uma das mulheres detidas relatou que a cela em que esteve presa não tinha ventilação e que no local chegaram a estar 20 afegãs e sete crianças, que passaram vários dias sem alimentação e quase sem água.
“Havia uma janela pequena, mas não a podíamos abrir. Não havia ar condicionado (…) era como se não houvesse oxigénio na cela. As crianças não eram capazes de dormir”, afirmou uma das testemunhas à organização, citada pela “Lusa”.
A condição para serem libertadas, imposta pelos talibãs, foi a de confiscarem aos familiares das manifestantes os títulos de propriedade dos locais onde residem, na capital do país.
Ainda de acordo com a Human Rights Watch, estas três mulheres conseguiram fugir do Afeganistão depois de terem sido libertadas e “estão a tratar chegar a um país que lhes garanta segurança”.