A Associação de Jornalistas Independentes Afegãos (IAJA) e os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgaram dados, que compilaram em conjunto, sobre a situação dos jornalistas no Afeganistão desde que o regime talibã subiu ao poder, a 15 de agosto.
De acordo com essas entidades, o Afeganistão é considerado o país mais nocivo do mundo para jornalistas desde o regresso dos talibãs. Ao todo, terão sido 231 os meios de comunicação a encerrarem atividade, além de 6,4 mil profissionais da área terem ficado desempregados.
Foi também verificado que a imprensa afegã sofreu uma drástica mudança depois do domínio do grupo fundamentalista. As mulheres foram as mais afetadas, uma vez que 84% (quase quatro em cada cinco mulheres) ficaram desempregadas. Muitas deixaram o país devido às ameaças sofridas.
Em resposta aos RSF, o porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid, disse que o Estados Islâmico apoia “a liberdade para a comunicação na estrutura definida para preservar os interesses superiores do país, com respeito à Sharia e ao Islão”.
No entanto, o cenário parece ser diferente, já que existem informações de que pelo menos sete jornalistas terão sido mortos no Afeganistão em 2021. Tal coloca o país ao lado do México no topo das nações mais fatais para a comunicação social nos últimos 12 meses.
Segundo a entidade RSF, “a paz definitiva está longe de estar assegurada [no Afeganistão] e as garantias de liberdade de imprensa e proteção de jornalistas dos últimos 18 anos estão agora ameaçadas”.