O regime talibã passa a proibir as mulheres das províncias do norte do Afeganistão de frequentar as casas de banho públicas, segundo o jornal britânico “The Guardian”. Estas são usadas regularmente para os rituais de limpeza espiritual e purificação exigidos pela lei islâmica.
Trata-se dos banhos públicos, conhecidos como “hammams”, que são uma tradição antiga no Afeganistão. O ritual continua a ser para muitos a única oportunidade de tomarem banho de água quente durante os invernos muito frios do país.
A nova restrição para o sexo feminino foi anunciada esta semana pelos talibãs e criou uma onda de indignação. Ativistas afegãos consideram o controlo dos talibãs uma forma de desrespeito pelos seus direitos básicos.
De acordo com Winuss Azizi, da organização sem fins lucrativos “Visions for Children in Afghanistan”, maior parte das famílias não tem condições de saneamento nem instalações para aquecer grandes quantidades de água.
As mulheres já tinham sido proibidas de participar nos “hammams” entre 1996 e 2001, altura em que o regime talibã estava também no poder. Muitas das casas de banho públicas foram vandalizadas na altura e só voltaram a ser usadas após a invasão dos Estados Unidos da América, em 2001, tendo o país retirado as suas tropas em 2021 e os talibãs aproveitado para retomar o poder, em agosto desse ano.