O vice-ministro da Saúde do governo talibã no Afeganistão, Abdul Bari Omar, declarou que a culpa da fome no país é das “organizações que estavam comprometidas com o povo afegão e fizeram promessas às mães, crianças e pessoas necessitadas”.
A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 15 de novembro, numa conferência de imprensa em Cabul, de acordo com a “Lusa”. Omar considera assim que a crise alimentar no Afeganistão é um problema herdado do governo anterior, com o auxílio da comunidade internacional, que, acrescentou, não cumpriu com as promessas de ajuda.
“Um problema muito importante, herdado do antigo regime, é a desnutrição”, criticou, citando dados do Programa Alimentar Mundial (PAM). Segundo os mesmos, são 3,2 milhões de crianças afegãs que vão ter desnutrição aguda até ao final deste ano.
“A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) pode ajudar 450.000 crianças desnutridas num ano. O PAM pode diagnosticar e tratar 525.000 crianças. A OMS (Organização Mundial da Saúde) pode ajudar em casos complicados de desnutrição. Mas isto não é suficiente. O governo anterior não fez o que era necessário” para resolver o problema, prosseguiu.
“Durante 20 anos, o setor da saúde manteve-se dependente da ajuda externa. Não foi realizado o trabalho básico. (…) Não foi construída nenhuma fábrica, os recursos nacionais não foram utilizados”, concluiu.