O governo talibã no Afeganistão quer dar às mulheres o acesso à educação e emprego e conseguir “a misericórdia e compaixão” internacional para milhões de afegãos carenciados, segundo a “Lusa”.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Muttaqi, numa entrevista dada à “Associated Press” neste domingo, 12 de dezembro. Segundo o governante, o novo Governo talibã deseja boas relações com todos os países e que não tem qualquer problema com os Estados Unidos da América.
Assim, voltou a pedir a Washington e às outras nações para que libertassem mais de dez mil milhões de dólares (cerca de 8,8 mil milhões de euros) em fundos que foram congelados quando os talibãs assumiram o poder, a 15 de agosto.
“As sanções contra o Afeganistão (…) não trazem nenhum benefício. (…) Tornar o Afeganistão instável ou ter um Governo afegão fraco não é do interesse de ninguém”, disse Muttaqi.
O ministro reconheceu a indignação internacional no que diz respeito às limitações impostas pelos talibãs à educação de meninas e de mulheres e garantiu que isso iria mudar. Em várias partes do país, as alunas entre o 7.º e o 12.º ano ficaram impedidas de ir às aulas quando os talibãs assumiram o poder, tendo também várias funcionárias sido instruídas a ficar em casa.
Também na altura em que os talibãs governaram o Afeganistão pela primeira vez, entre 1996 e 2001, foi proibido ao sexo feminino frequentar a escola ou ter empregos. Foi igualmente proibida a maior parte do entretenimento e desportos e, ocasionalmente, realizadas execuções em frente a grandes multidões em estádios desportivos.