A Amnistia Internacional anunciou que retirou a Aung San Suu Kyi o prestigioso prémio de direitos humanos, de Embaixadora da Consciência, devido à sua “vergonhosa traição aos valores que representava”.
“Estamos profundamente desanimados por não mais representar um símbolo de esperança, coragem e a defesa eterna dos direitos humanos”, lamentou a organização numa carta enviada no domingo a Aung San Suu Kyi, ao ministro dos Negócios Estrangeiros e ao Presidente de Myanmar, pelo secretário-geral da Amnistia Internacional, Kumi Naidoo.
“Como uma Embaixadora de Consciência da Amnistia Internacional, a nossa expectativa era de que iria continuar a usar a sua autoridade moral para falar contra a injustiça onde quer que a encontrasse, e não menos importante em Myanmar. Em vez disso, estamos profundamente preocupados e desapontados pela sua clara e consistente traição a muitos valores que promoveu durante décadas”, afirma Kumi Naidoo na carta
A Amnistia referiu que o prémio era retirado, com “grande tristeza” por causa da “aparente indiferença perante as atrocidades cometidas pelas Forças Armadas de Mianmar e a crescente intolerância à liberdade de expressão” de Suu Kyi.
Enquanto vivia em prisão domiciliar em 2009, Suu Kyi foi nomeada Embaixadora da Consciência da Amnistia ”em reconhecimento pela sua luta pacífica e não violenta pela democracia e pelos direitos humanos”.
O Prémio Embaixador da Consciência é o mais recente de uma série de distinções que retiradas à líder de facto de Mianmar, criticada por não ter intervindo para impedir a campanha de violência contra os muçulmanos Rohingya do país.