China apela ao cessar-fogo enquanto milhares fogem de Mianmar

Milhares de pessoas estão a abandonar a cidade fronteiriça de Laukkai, no Mianmar depois de 30 pessoas terem sido mortas devido a confrontos entre o exércitos e etnias rebeldes, levando a China a apelar a um cessar-fogo das duas partes.

Este cenário de violência é o mais intenso na região de língua chinesa de Kokang desde que os confrontos em 2015 forçaram dezenas de milhares a fugir para a China.

Esta área localizada no estado Shan tem assistido a vários confrontos entre o exército e várias milícias desde Novembro, pondo fim a uma proposta de paz do governo e fez renascer o medo de uma repetição de 2015, criando tensão em Pequim.

Em declarações divulgadas na passada terça-feira, o exército diz ter usado artilharia pesada para fazer frente aos rebeldes que invadiram Laukkai, a capital da região de Kokang.

Os insurgentes do Exército da Aliança das Nacionalidades Democráticas de Mianmar (MNDAA) falharam na sua tentativa de ocupar Laukkai, referiu o exército acrescentando que vários civis e oficias do exército morreram durante os confrontos.

“Quase todos os residentes da cidade de Laukkai estão a fugir”, disse o general de brigada Nyo Tun Aung do Exército de Arakan (AA), estimando que milhares já tenham partido.

Uma fonte do exército que pediu o anonimato revelou à “AFP” que “cerca de 7.000 pessoas fugiram para a China devido ao conflito”.

Alguns grupos rebeldes nas regiões fronteiriças partilham laços culturais com a China, uma vez que falam dialetos chineses e usam a moeda do país.

Vários analistas partilham da opinião de que Pequim poderá ter uma influência significativa sob os grupos de combatentes e poderá ter um papel determinante nas conversações de paz que a líder de Mianmar tem tentado fazer renascer desde que assumiu o poder em 2015.

A próxima ronda de negociações terá lugar em Março mas a data já foi alterada várias vezes.

A Aliança do Norte, uma coligação de grupos étnicos armados que inclui o MNDAA e AA, ainda não aderiu ao processo de paz ou assinou um cessar-fogo que foi assinado com outras milícias em 2015.

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