As tensões aumentam no Caxemira controlado pela Índia, onde grandes grupos de manifestantes sairam à rua após um violento confronto no passado sábado entre estudantes e as autoridades numa faculdade.
Mais de 50 pessoas ficaram feridas durante o fim de semana em confrontos que os meios de comunicação locais descreveram como uma repressão contra estudantes reunidos numa escola na cidade de Pulwama, no sul do estado.
De acordo com o Hindustan Times, os estudantes começaram a atirar pedras contra as forças de segurança em resposta à instalação de um posto de controlo militar perto do campus. As forças de segurança responderam lançando gás lacrimogéneo e disparando balas de borracha contra os alunos, fazendo pelo menos 60 feridos.
Na segunda-feira, centenas de estudantes reuniram-se na capital Srinigar para protestar contra a repressão. Mais tarde, outras manifestações ocorreram em pelo menos dez cidades em todo o estado, de acordo com o Indian Express.
Vários meios de comunicação locais informaram que os servidores de internet 3G e 4G foram cortados temporariamente para evitar a divulgação de vídeos e imagens que poderiam exacerbar a violência.
O governo indiano de Jammu e Caxemira, como o estado é oficialmente conhecido, também ordenou o encerramento temporário de todas as escolas e faculdades em todo o vale, refere o Express.
No início de abril, oito pessoas foram mortas durante confrontos com a polícia e as tropas paramilitares durante uma eleição parcial.
Na sexta-feira passada, um vídeo viral de um homem de Caxemira amarrado à frente de um veículo militar – aparentemente usado como um escudo humano para deter moradores, que atiravam pedras, numa revolta contra a militarização indiana do território – provocou indignação e alegações de abusos de violações dos direitos humanos.
O estado de maioria muçulmana de Jammu e Caxemira, entre a Índia e o Paquistão e reivindicado por ambas as partes, tem sido palco frequente de violentas manifestações.