No sul das Filipinas, os rebeldes maoístas executaram, esta quarta e quinta-feira, quatro soldados e raptaram outros três, depois de terem anunciado que iriam terminar o cessar-fogo unilateral a 10 de fevereiro, que tinha declarado no verão passado, antes do recomeço das negociações.
A rebelião maoísta das Filipinas é uma das mais antigas na Ásia, estando activa desde 1968. Pelo menos 30.000 pessoas já foram mortas neste conflito.
Para justificar o fim do cessar-fogo, os rebeldes comunistas afirmam que o exército aproveitou a ocasião para avançar sobre o seu território e ocupar, pelo menos, 500 aldeias controladas pelo grupo.
Os rebeldes também criticaram o presidente das Filipinas por não ter libertado todos os seus prisioneiros. No ano passado, Rodrigo Duterte libertou 18 de cerca de 400 prisioneiros para permitir a retomada das negociações, afirmando que uma amnistia geral, aconteceria apenas após a conclusão de um acordo de paz.
“O anúncio do fim do cessar-fogo apanhou-nos de surpresa”, disse o negociador-chefe do governo, “sobretudo quando temos planeado um encontro dentro de três semanas para reforçar o cessar-fogo”.
A terceira ronda de negociações na semana passada foi descrita como “cordial” por ambas as partes, afirmando que avançavam em direção a um acordo e que se iriam reunir no início de abril, em Oslo.
Rodrigo Duterte foi eleito no ano passado prometendo uma guerra contra as drogas, mas também ao fim das rebeliões no país. Nesta quinta-feira, Duterte dirigiu-se aos maoístas: “Não me encostem à parede, porque os militares podem não gostar, e se os militares me puserem de lado ou me matarem, vocês não terão com quem dialogar”, disse.