O governo indonésio está a criar chuvas artificiais antes do pico da estação seca, numa tentativa para impedir a repetição dos incêndios devastadores que destruíram milhões de acres de florestas e terras no ano passado.
Recorde-se que a neblina tóxica se espalhou pelo sudeste da Ásia, forçando o encerramento de aeroportos e centenas de escolas e provocando um conflito diplomático com a Malásia em setembro do ano passado. Os incêndios destruíram habitats cruciais, contribuíram para um grande aumento nas doenças respiratórias e estima-se que custaram à economia pelo menos 5,2 mil milhões de dólares.
Há receios de que os esforços para impedir incêndios similares este ano possam ser prejudicados por o país ter os seus esforços direcionados para o combate contra o crescente surto de coronavírus.
O ministro do Meio Ambiente informou que a chuva artificial foi implantada com sucesso em áreas propensas a incêndios nos últimos meses, de acordo com relatórios do Jakarta Post. Normalmente, esse processo envolve o envio de explosões de sal para as nuvens que passam, para provocar a precipitação.
“Geralmente, estamos bastante preocupados com o desenrolar do clima em junho ou durante o Lebaran [Idul Fitri]. Agora estamos um pouco aliviados, mas precisamos permanecer alertas para a segunda fase crítica no pico da estação seca em agosto. Todas as partes envolvidas devem aumentar a vigilância”, disse Siti.
Os incêndios na floresta e na turfa são frequentemente associados a práticas de corte e queima, através das quais a terra é limpa para o cultivo de palmeiras.
Grupos ambientalistas já tinham acusado as autoridades de não imporem sérias penalidades às empresas de celulose e óleo de palma que tiveram incêndios nas suas terras.
Desde 2015 que foram apresentadas 50 ações civis contra empresas por causar incêndios, mas, destas, apenas 11 chegaram a um veredito final, segundo dados divulgados pelo Jakarta Post.