Inundações repentinas mataram pelo menos 43 pessoas e deixaram centenas de milhares de desalojados em Jacarta, capital da Indonésia, informaram as autoridades nesta sexta-feira, após se ter verificado o período mais intenso de chuvas da cidade desde que os registos começaram, há mais de 20 anos.
Quase 400.000 pessoas foram deslocadas até sexta-feira, de acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres, enquanto grupos de equipas de emergência tentavam limpar as ruas inundadas e reparar linhas de energia danificadas.
A grande maioria dos deslocados estava em Bekasi, o subúrbio de Jacarta mais atingido pelas enchentes, informou a agência de desastres.
Mais de 100 equipas de resgate da agência de socorro de emergência do país e várias unidades militares foram posicionadas na capital, disse na quinta-feira Budi Purnama, diretor de operações da Agência Nacional de Busca e Resgate.
Budi informou que as equipas de resgate estão a lutar nas ruas da cidade que foram transformadas em rios. “A descarga da água é muito rápida, a corrente é tão forte que até empurra veículos estacionados”, contou.
Cerca de 40% de Jacarta fica abaixo do nível do mar, e as autoridades tentam há anos aliviar as inundações. As chuvas comuns podem inundar os bairros, já que poços escavados ilegalmente e as mudanças climáticas fizeram com que a cidade afundasse mais rapidamente do que qualquer outra grande cidade do mundo.
Como resultado, as autoridades anunciaram em 2019 a transferência da capital para a província de Kalimantan Oriental, na ilha de Bornéu.
Segundo as autoridades o clima extremo, associado a atrasos nos projetos de alívio de inundações, foram responsáveis pelo caos da semana.
“A chuva que caía na véspera de Ano Novo nas partes oeste e norte de Java era muito extrema”, notou a agência de meteorologia em comunicado, referindo-se à Ilha Java, a mais populosa da Indonésia.
O presidente Joko Widodo apontou num tweet na quinta-feira que os atrasos nos projetos de infraestrutura de controlo de inundações desde 2017 são responsáveis e culpou as questões de “aquisição de terras”.