O Twitter e o Facebook suspenderam mais de 80 contas após uma investigação da Reuters que as vinculava a uma rede de sites de notícias apoiados pelo exército indonésio que publicam propaganda pró-governo sobre a região turbulenta de Papua.
Os 10 sites da rede parecem ser agências de notícias independentes. Mas registos e entrevistas da Reuters com editores de sites e um oficial de inteligência das forças especiais mostraram que são financiados e coordenados por um cabo do exército indonésio.
Os materiais dos sites foram espalhados por uma rede de contas no Twitter e no Facebook. Alguns deles usavam fotos de perfil ou desenhos que os faziam parecer obra de residentes de Papua ou ativistas da “Papua Livre”, mesmo promovendo material que elogiava o exército e criticava os defensores da autodeterminação de Papua.
A Reuters sinalizou mais de 80 contas para ambas as plataformas de rede social após a publicação da matéria. Posteriormente, o Twitter suspendeu mais de 60 contas que pareciam usar perfis falsos, segundo a Reuters.
“Conta suspensa. O Twitter suspende contas que violam as regras do Twitter”, dizia a mensagem exibida na plataforma em resposta aos esforços da Reuters para ter acesso às contas.
Um porta-voz do Twitter recusou-se a comentar os motivos das suspensões.
Questionado, um porta-voz do Facebook disse que a plataforma removeu “várias contas” sinalizadas pela Reuters por violar os seus padrões comunitários, acrescentando que “as investigações estão em andamento”.
Já anteriormente o Facebook suspendeu uma rede de contas e páginas falsas que publicavam conteúdo no movimento Independência de Papua em outubro de 2019.
Um porta-voz do exército indonésio não respondeu aos pedidos de comentário.