Os rebeldes comunistas filipinos, responsáveis por uma das revoltas mais longas da Ásia, afirmaram nesta quarta-feira que estão recetivos a estabelecer negociações de paz e aceitam que o presidente recentemente eleito, Rodrigo Duterte, inclua quatro dos seus aliados políticos no seu gabinete.
Duterte, que venceu as eleições da semana passada com a maioria dos votos, ofereceu quatro postos do seu gabinete aos rebeldes e expressou a intenção em libertar guerrilheiros detidos como um primeiro passo na retoma das negociações de paz que estagnaram há três anos.
“Nós aplaudimos os planos e os programas do presidente Duterte e acredito que estes podem ser fatores chave para alcançar a paz”, disse Luiz Jalandoni, chefe do grupo rebelde, à estação de rádio de Manila DZMM.
Jalandoni, exilado na Holanda, afirmou esperar que, em breve, uma delegação dos rebeldes encontre uma delegação de Duterte “como parte do processo na preparação das negociações de paz” e definição os termos da “cooperação” entre as duas partes.
Na segunda-feira, Duterte, felicitou a intenção do fundador do Partido Comunista das Filipinas, Jose Maria Sison, de pôr fim a 30 anos de exílio holandês e participar nas negociações de paz. Para Duterte, o regresso de Sison, seu antigo professor de Ciência Política na universidade de Manila, poderá marcar o fim de uma rebelião que desde a década de 60 provocou cerca de 30.000 vitimas.
Jalandoni e Sison partilham defendem que os guerrilheiros não devem fazer parte do gabinete de Duterte antes de ser encontrada uma solução política, todavia os insurgentes esperam depor as armas e integrar imediatamente a coligação governamental.
Jalandoni referiu que “já transmitiram ao presidente Duterte que os guerrilheiros não deveriam ocupar postos governamentais, mas que vão indicar uma lista de pessoal qualificado, competente e dedicado que poderá exercer os cargos”.
O chefe dos rebeldes disse também à “DZMM” que os guerrilheiros ponderam sobre um cessar-fogo e em contrapartida vão pedir ao governo de Duterte a libertação de 543 “prisioneiros políticos”.
Benigno Aquino terminou as conversações com os comunistas em 2013 quando estes exigiram a libertação dos seus “camaradas” detidos.