A União Europeia (UE) e o Qatar afirmaram nesta quinta-feira, 30 de setembro, que estão “dececionados” com as violações dos direitos humanos no Afeganistão, feitas por parte dos talibãs.
“Estamos muito dececionados com os recentes acontecimentos no Afeganistão, que representam um retrocesso”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed ben Abderrahmane Al-Thani, durante uma conferência de imprensa em Doha, capital do país que representa.
Assim, propôs ao Governo talibã que olhasse para as práticas de poder usadas no seu país, que não deixam de respeitar a religião islâmica. Recorde-se que tem sido o Qatar a desempenhar o papel de mediador entre o movimento radical que controla o Afeganistão desde 15 de agosto e a comunidade internacional.
Os motivos do descontentamento devem-se ao facto de os talibãs, que ocuparam o poder no Afeganistão em agosto, terem pendurado recentemente corpos de quatro raptores em guindastes após matá-los, na cidade de Herat. Foi igualmente mencionado o episódio em que uma manifestação de mulheres afegãs exigiu o direito à educação, tendo a mesma sido violentamente reprimida.
De visita a Doha, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, referiu que estava igualmente “dececionado” com as violações dos direitos humanos no Afeganistão. “Queremos reorientar o Governo afegão”, partilhou, acrescentando que a UE conta com o Qatar para usar a “sua forte influência” junto dos talibãs para encorajar o movimento islâmico a respeitar os direitos humanos.