A sucessão do presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, que oficialmente morreu a 2 de setembro com uma hemorragia cerebral, está a preocupar os EUA e a Rússia que, apesar do presidente ter dirigido o país com uma mão de ferro, encaravam Karimov como um parceiro económico e ator discreto, mas indispensável, na cooperação na segurança, que travou eficazmente a penetração do islamismo radical a partir do Tajiquistão e Afeganistão.
Na corrida à sucessão o primeiro-ministro uzbeque Chavkat Mirzioïev já se destaca como favorito. Foi Mirzioïev encarregado de organizar as cerimónias fúnebres de Karimov. Porém Chavkat Mirzioïev é uma figura conhecida pela sua brutalidade. Controlando a produção do algodão, uma das principais fontes de receitas do Uzbequistão, Mirzioïev nunca hesitou em recorrer à mão de obra foçada na sua recolta.
No entanto, segundo observadores, Chavkat Mirzioïev é uma criação do todo-poderoso Roustam Inoyatov, chefe da segurança no país, que também surge como um potencial candidato à sucessão de Islam Karimov. Roustam Inoyatov, ministro das finanças, aparece como o terceiro nome na sucessão.
Segundo a Constituição uzbeque, a eleição presidencial deverá ter lugar num prazo de três meses durante o qual o presidente do Senado assume provisoriamente a presidência. Porém a eleição presidencial não será um motor para a democratização do país e o processo da sucessão de Islam Karimov será um procedimento interno negociado previamente.