O risco de rutura nas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido com vista à reforma institucional exigida pelo governo conservador britânico que irá determinar o sentido de voto no referendo sobre a continuidade do país na União é um risco real.
Donald Tusk, Presidente do Conselho Europeu, mostrou preocupação com o atual estado das negociações, poucos dias antes da cimeira da próxima quinta-feira, ocasião em que os líderes europeus tentarão chegar a um acordo que viabilize a continuidade do Reino Unido na União.
“O que está partido não pode ser emendado”, declarou Tusk, em Bucarest, ontem, segunda-feira, dando um tom pessimista à evolução recente de um processo que terá que obter o consenso dos 28 Estados-membros da União.
O primeiro-ministro britânico exige reformas em quatro áreas decisivas, relacionadas com o aprofundamento da integração europeia. David Cameron quer que os parlamentos nacionais tenham mais poderes para poderem vetar diretivas indesejadas. Também exige o reconhecimento de que o euro não é a moeda única da União Europeia, para garantir que os países de fora da zona euro não ficam em desvantagem. O Reino Unido quer garantias de que não será chamado a contribuir para resgates de países da zona euro. O chefe de Governo britânico pretende ainda impor uma moratória de quatro anos antes da concessão de benefícios sociais a imigrantes provenientes da União Europeia que pretendem trabalhar no Reino Unido.