Cinco dias depois do atentado que provocou 84 mortos em Nice, a Assembleia nacional francesa aprovou esta noite o prolongamento por mais seis meses do Estado de Emergência em vigor em França, instaurado após os atentados de novembro em Paris.
A proposta do prolongamento do Estado de Emergência foi aprovada por voto de braço no ar pelos deputados.
Falando na Assembleia, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que o país deve estar preparado para mais ataques como os da semana passada e os que, em novembro, provocaram mais de 130 mortos em Paris e que foram reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico (Daesh).
“Ainda que estas palavras sejam difíceis de dizer, é o meu dever dizê-las”, disse Valls, sublinhando que, apesar das medidas de precaução, não é possível garantir total segurança e que os franceses devem aprender a viver com a ameaça. “Vai haver outros ataques e vai haver gente inocente a morrer. Não podemos ficar acostumados, não podemos nunca ficar acostumados ao horror, mas temos de aprender a viver com esta ameaça.”
Recorde-se que no início deste mês, o Presidente François Hollande tinha anunciado que, depois das três anteriores extensões, a última das quais para cobrir o Euro 2016 e o fim da Volta à França em bicicleta, não pretendia manter o Estado de Emergência aplicado para lá de 26 de julho.
Na quinta-feira à noite, um tunisino avançou um camião frigorífico, durante dois quilómetros, contra a multidão que assistia ao fogo-de-artifício do 14 de julho, feriado nacional, na avenida marginal Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), em Nice.
As intenções do autor do ataque, que fez 84 mortos, 74 adultos e dez crianças, e cerca de 300 feridos, ainda estão por determinar mas analistas defendem que o condutor do camião, abatido no local, pode ter agido inspirando-se no Daesh, mas com outras motivações que não a jihad.