A Representante Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Violência Sexual informou publicamente sobre o tráfico de pessoas existentes na Ucrânia. Segundo Pramila Patten, a organização recebeu 124 denúncias durante o conflito, sendo a maioria das vítimas mulheres e crianças.
Recorde-se que muitas mulheres e crianças ficam sozinhas, uma vez que pais de família foram convocados pelo Governo ucraniano, através da Lei Marcial, para combaterem na guerra contra a Rússia.
As declarações foram feitas nesta segunda-feira, 06 de junho, tendo o alerta sido dado ao Conselho de Segurança da ONU. Patten falou sobre o aumento de casos de violência sexual.
Para a representante, o número de denúncias registado é apenas a “ponta do iceberg”, porque crimes sexuais em zonas de guerra são frequentes e subnotificados. Assim, a crise humanitária está a transformar-se em uma “crise de tráfico humano”, realçou.
“À medida que o conflito ultrapassa a marca dos 100 dias, somos cada vez mais confrontados com alegações de violência sexual”, declarou, acrescentando que “para predadores e traficantes de seres humanos, a guerra não é uma tragédia. É uma oportunidade”.
Foram enumerados alguns dos riscos para os deslocados, principalmente mulheres e crianças, como a falta de verificação das ofertas de abrigo e transporte para refugiados, além de falsos voluntários que oferecem boleias a refugiadas para outros países.