Milhares de pessoas chegaram às ruas de Rabat, no domingo, exigindo que as autoridades libertem os líderes de um movimento de protesto que abalou a região do Rif, do norte, negligenciada por Marrocos há meses.
Os manifestantes marcharam pela avenida Mohamed VI no centro de Rabat num desfile de quase um quilómetro de comprimento, entoando “libertem os prisioneiros!”, referiu um correspondente da AFP.
Uma fonte do Ministério do Interior disse que entre 12.000 e 15.000 pessoas participaram no protesto de domingo, que foi organizado por várias organizações, incluindo o grupo islamista mais popular de Marrocos.
A organização al-Adl Wal Ihsane (Justiça e Caridade), tolerada mas não reconhecida, anunciou um milhão de manifestantes, no que saudou como “uma marcha histórica”.
Nas últimas duas semanas as autoridades marroquinas prenderam dezenas de pessoas, na sequência dos protestos do al-Hirak al-Shaabi ou “Movimento Popular” no porto Rif de al-Hoceima.
Oitenta e seis pessoas foram constituidas arquidos, das quais 30 que foram acusadas de ofensas, incluindo “minar a segurança interna” e foram presos. Entre elas, o líder do al-Hirak, Nasser Zefzafi, o primeiro a ser detido a 29 de maio.
No domingo, muitos manifestantes levaram retratos de Zefzafi, e seu pai também se juntou brevemente ao protesto junto a familiares de outros ativistas presos.
Os manifestantes também acenaram as bandeiras da Amazigh, a comunidade berbere de Marrocos.
A principal região de Berber Rif foi abalada pela agitação social desde a morte de um pescador em al-Hoceima, em outubro passado. Mouhcine Fikri, de 31 anos, foi morto por um camião de lixo enquanto tentava evitar a destruição do peixe-espada que tinha sido confiscado depois de ser pescado fora da estação.
Os pedidos de justiça transformaram-se num movimento social mais amplo liderado pelo al-Hirak exigindo o desenvolvimento, o fim da corrupção e emprego em Rif.