Os representantes das populações autóctones da Líbia, através do Conselho Superior dos Amazigh e da União Nacional Toubou, produziram um comunicado conjunto em que exigem a necessidade de serem corrigidos os “erros do passado” para pôr fim à exclusão e marginalização que as populações Amazigh e Toubou têm sido alvo desde a independência do país.
No documento, o Conselho Superior dos Amazigh e a União Nacional Toubou, assumindo-se representantes “dos povos autóctones líbios”, vincam que não querem “legar às gerações vindouras” a “exclusão e a marginalização” que têm vivido as populações Amazigh e Toubou e recordam que os seus “mártires morreram” para que as populações autóctones vivessem “num clima de direito e de honra, sem marginalização”.
“Rejeitamos categoricamente o estabelecimento de um Estado assente no princípio da desigualdade e da marginalização. Pedimos que sejam levadas a cabo todas as medidas necessárias para corrigir os erros do passado, reconhecendo o pluralismo político e linguístico”, lê-se no documento.
Os dois organismos exigem também que seja garantido o “reconhecimento das línguas Amazigh e Toubou, como línguas oficiais”, bem como uma “justa distribuição” das populações autóctones nas instituições do Estado, respeitando as especificidades geográficas e culturais destas populações.
Por fim, o Conselho Superior dos Amazigh e a União Nacional Toubou, exigem o “reconhecimento dos povos autóctones como elemento indissociável da sociedade líbia” mas também o “respeito das convenções internacionais assinadas pelo Estado líbio”, entre as quais destacam a “liberdade de exercício de actividades políticas e civis”.