Sayyed Hassan Nasrallah, o Secretário-Geral do Hezbollah, deu um discurso aos seus apoiantes, na passada sexta-feira, com críticas e ameaças diretas ao Primeiro-Ministro Israelita, Benjamin Netanyahu, que recentemente anunciou ter planos decisivos e surpreendentes para lidar com o Hezbollah na frente Norte do conflito com o Líbano (que, até agora, conta com 315 oficiais do Hezbollah mortos).
O Secretário-Geral do Hezbollah ripostou dizendo que Netanyahu deverá também aguardar surpresas por parte do grupo xiita e rematou com referências ao dia 8 de outubro, data em que o Hezbollah “surpreendeu” o executivo israelita quando entrou oficialmente em confrontos militares diretos contra Israel, em apoio a Gaza.
Nasrallah relembrou ainda que Netanyahu, que entretanto tem um mandato de captura por parte do Tribunal Penal Internacional por acusações de crimes de guerra, tem sido criticado internamente por outros políticos Israelitas, como Avigdor Liberman, e que a sua posição como Primeiro-Ministro está gradualmente enfraquecida.
O discurso incluiu também condolências a Ebrahim Raisi, Presidente do Irão morto num acidente de helicóptero no domingo passado, juntamente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Hussein Amir-Abdollahian, e mais 6 outros tripulantes. Segundo Nasrallah, Raisi foi um homem de Estado exemplar na liderança do Irão e incansável no processo de resistência contra Israel, minimizando as especulações que indicam que o Irão poderá ficar enfraquecido com a morte do seu presidente, dizendo que, apesar da morte de Raisi ser uma tragédia, o executivo de Teerão permanecerá forte e funcional.
Ainda este fim-de-semana, um dia após o discurso, Al Manar, o canal televisivo associado ao Hezbollah, anunciou a morte da mãe de Nasrallah, Nahdiya Safieddine, após doença prolongada. O funeral decorreu ontem, nos subúrbios sul de Beirute.
João Sousa