Embaixada de Israel em Portugal: “Estamos gratos pelo apoio a Israel que ecoa alto e bom som em Portugal”

Yotam Kreiman Embaixada de Israel em Portugal

No sexto dia do conflito na Faixa de Gaza, o e-Global entrevistou Yotam Kreiman, Vice-Chefe de Missão da Embaixada de Israel em Portugal.

e-Global: Como a Embaixada de Israel em Portugal analisa o conflito que está a decorrer em Israel, após o ataque do Hamas no sábado (07 de outubro)?

Yotam Kreiman: O ataque terrorista horrendo, vil e violento do grupo terrorista Hamas, que se identifica com o ISIS, arrastou Israel para uma guerra que Israel não queria.

“O Hamas foi de porta em porta e massacrou famílias inteiras, crianças, mulheres e homens.”

É importante notar que não se trata de um conflito ou de um desacordo entre dois lados com padrões semelhantes. O Hamas foi de porta em porta e massacrou famílias inteiras, crianças, mulheres e homens. O Hamas sequestrou e estuprou mulheres de todas as idades. Só em Kfar Aza, o Hamas massacrou e decapitou 40 bebés, recém-nascidos e crianças pequenas.

A guerra em que Israel está – contra o Hamas, contra a barbárie e contra aqueles que celebram a morte – é uma guerra pela segurança, proteção e vida daqueles que vivem num Estado Liberal Democrático.

O que está a fazer a Embaixada de Israel em Portugal durante esta situação? Que funções está a desempenhar, relacionadas com o que está a acontecer?

A Embaixada desempenha diversas funções. Em primeiro lugar, partilhamos com o povo e o Governo de Portugal a realidade, por mais difícil que seja de ouvir, e as decisões tomadas pelo lado israelita no combate àqueles que procuram a nossa eliminação.

A Embaixada também ajuda os cidadãos israelitas, discute com funções governamentais e trabalha em conjunto com vários órgãos e organizações, para manter a resiliência da Nação e da população israelita dentro e fora de Israel.

Nesse sentido, através das suas redes sociais e de canais de comunicação social tradicionais, Israel comunica com o público português e, através de reuniões, com os seus funcionários.

“(…) estamos gratos pelo apoio a Israel que ecoa alto e bom som em Portugal neste momento de tragédia e stress.”

A Embaixada continua também as suas outras funções, fortalecendo os laços com Portugal através de valores mútuos que os nossos dois países com ideias semelhantes partilham. Para citar alguns – democracia, Liberalismo, tolerância e a luta pela estabilidade, segurança e proteção. Lidando com diferentes desafios, conhecemos o povo de Portugal tal como o povo de Israel, conhecemos o significado da dor, do medo, do luto e da perda de entes queridos – e estamos gratos pelo apoio a Israel que ecoa alto e bom som em Portugal neste momento de tragédia e stress. 

Tem conhecimento de israelitas que possam estar a fugir do local para se refugiarem em Portugal ou em outros países, devido ao agravamento das tensões?

É exatamente o oposto. Recebemos centenas de pedidos para ajudar israelitas de Portugal a regressar a Israel para ajudarem no que puderem. Alguns são médicos e enfermeiros que ocupam cargos em hospitais, alguns vão embalar alimentos e produtos para famílias que perderam tudo e, na maioria das vezes, também os seus entes queridos.

Estar presente e fazer pelos outros em momentos de necessidade está profundamente enraizado na nossa religião, na nossa cultura e na nossa sociedade.”

Alguns voltam para estarem presentes em funerais de amigos e familiares, e alguns procuram dar outras formas de apoio. Estar presente e fazer pelos outros em momentos de necessidade está profundamente enraizado na nossa religião, na nossa cultura e na nossa sociedade.

Como a Embaixada interpreta o facto de a Mossad não ter conseguido evitar o ataque do Hamas?

O Hamas é uma organização terrorista financiada principalmente pelo Irão. Algumas tecnologias iranianas foram testadas no terreno pelo Irão na guerra contra a Ucrânia, com a intenção de serem utilizadas contra Israel, em particular, e para desestabilizar a região em geral.

“O ataque, sabemos agora, foi planeado não com meses de antecedência, mas com um ano ou mais de antecedência.”

O ataque, sabemos agora, foi planeado não com meses de antecedência, mas com um ano ou mais de antecedência. Contudo, neste momento, Israel não está a lidar com os erros estratégicos dos quais o Hamas se aproveitou.

Estamos agora no auge dos nossos esforços para devolver a Israel os reféns de Gaza, incluindo crianças, mulheres e idosos, e a esforçar-nos para evitar que o Hamas seja capaz de semear mais mortes e destruição de vidas humanas, nem em Israel, nem em Gaza.

Cátia Tocha

2 Comments

  1. Roberto

    Entrevista muito boa, parabéns

  2. José Silva

    Israel

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

Goa: Índia revoga mais de 70 passaportes indianos de cidadãos portugueses

Goa: Índia revoga mais de 70 passaportes indianos de cidadãos portugueses

De acordo com o jornal Times of India, as autoridades de Goa revogaram os passaportes indianos a mais de 70…
Investimento em transição energética requer políticas mais equilibradas

Investimento em transição energética requer políticas mais equilibradas

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) lançou, esta semana, o Monitor de Política de Investimento, no…
Timor-Leste: Xanana quer funcionários públicos qualificados para consolidar o país

Timor-Leste: Xanana quer funcionários públicos qualificados para consolidar o país

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, defendeu nesta quarta-feira, 22 de novembro, a importância de funcionários públicos qualificados para consolidar as…
Macau: Candidata ao Conselho das Comunidades quer melhorar salários, admitir mais pessoal e promover cultura portuguesa

Macau: Candidata ao Conselho das Comunidades quer melhorar salários, admitir mais pessoal e promover cultura portuguesa

Rita Botelho dos Santos, a cabeça de lista da única lista que concorre ao Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) do…