A segunda mais importante organização jihadista na Síria, com cerca de 7000 a 8000 combatentes nas suas fileiras, a frente Al-Nosra, anunciou a rutura com a Al-Qaeda e alteração da sua designação para frente Fateh al-Cham (Conquista da Síria, em árabe).
Um anúncio inédito, difundido através de um vídeo enviado à cadeia de televisão Al Jazeera, proferido pelo líder da Frente Al-Nosra, Abu Mohammad al-Jolani, que aparece pela primeira vez.
Na declaração, al-Jolani, agradeceu aos “comandantes da Al-Qaeda por terem compreendido a necessidade de romperem os laços”, e explicou que a sua decisão pretende “proteger a revolução síria”.
Segundo vários analistas a Al-Nosra, agora como Fateh al-Cham, tenta deste modo se proteger contra uma eventual ação militar conjunta dos EUA e da Rússia, assim como pôr fim à distinção entre a organização e os restantes grupos rebeldes sírios. Uma “operação plástica” que não convenceu Washington que, através do chefe do comando militar para o Médio Oriente, general Joe Votel, considerou que o grupo “será sempre Al-Qaeda”.
A rutura da frente al-Nosra poderá também, para alguns analistas, ser uma estratégia da Al-Qaeda para, deste modo, manter uma esfera de influência no seio do arquipélago dos grupos rebeldes sírios.
Juntamente com a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) e a Al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI) a Al-Nosra era um dos grupos mais poderosos da rede Al-Qaeda.