Esta segunda-feira, o Ministro das Finanças Israelita, Bezalel Smotrich, declarou que Beirute é a capital do terrorismo e que será necessário lançar um ataque para causar danos devastadores que farão com que o Hezbollah vire a sua atenção para a reabilitação da capital libanesa em vez de bombardear o norte de Israel.
Em dezembro do ano passado, Smotrich tinha avisado que Israel iria aniquilar o Líbano caso o grupo xiita continuasse a expandir territorialmente o conflito nas zonas fronteiriças. Estas ameaças estão em linha com a Doutrina Dahiya, termo cunhado pelo militar israelita Gadi Eizenkot, após a guerra de 2006 no Líbano, para descrever o uso de violência bélica desproporcional contra infraestruturas civis com o intuito de colocar pressão sobre os grupos inimigos localizados entre a população local.
As declarações controversas de Smotrich – que referiu ainda que um ofensiva direta contra Beirute causará danos suficientes para que os libaneses necessitem de 20 anos para recuperar da destruição material na capital – surgem na sequência dos ataques recentes do Hezbollah, que causaram vários incêndios espalhados por diversas áreas no norte de Israel.
Desde o início da guerra, mais de 60 mil civis israelitas foram obrigados a fugir das suas residências perto do Líbano, facto enaltecido pelo Chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, que acrescentou que o executivo de Tel Aviv está prestes a tomar uma decisão para lançar uma ofensiva militar determinante contra o Hezbollah no sul do Líbano.
Entretanto, o Secretário-Geral adjunto do grupo xiita, Naim Qassem, respondeu que apesar de não haver intenções de expandir o conflito, o Hezbollah está preparado para uma guerra total em território libanês.
João Sousa, e-Global