O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi interrogado pela polícia por mais de três horas na sua residência oficial, abrindo o que poderia ser uma investigação criminal politicamente prejudicial, baseada em suspeitas de que teria aceite de forma ilícita “presentes” de apoiantes afortunados.
Netanyahu negou repetidamente o delito, mas os investigadores indicaram que os indícios são suficientemente graves para merecer uma investigação. A polícia referiu que Netanyahu foi questionado “sob caução”, um termo sinalizando que qualquer coisa que dissesse poderia ser usada como evidência contra ele.
Segundo o ministro da Justiça de Israel o primeiro-ministro foi questionado sobre a suspeita de ter obtido “benefícios de empresários”. O ministério avançou que as investigações também incidem sobre irregularidades no financiamento da sua campanha mas diz não haver provas suficientes para avançar com as acusações criminais.
O canal 2 da televisão israelita avança que Netanyahu aceitou “favores” de empresários em Israel e no exterior e que é o suspeito principal numa segunda investigação que também envolve membros da família. Segundo o jornal Haaretz o bilionário Ronald Lauder, um amigo de longa data de Netanyahu, estava ligado ao caso. De acordo com o Canal 10, o filho mais velho de Netanyahu, Yair, terá beneficiado de viagens gratuitas e outros presentes do bilionário australiano James Packer.
Apesar das suspeitas em torno do primeiro-ministro este nunca foi acusado oficialmente. Contudo, as investigações podem colocar Netanyahu sob pressão, como aconteceu com o seu antecessor, Ehud Olmert, que se encontra a cumprir pena de prisão.
Uma campanha contra o primeiro-ministro israelita é levada a cabo por Erel Margalit, membro da oposição do partido União Sionista, que pretende que Netanyahu seja formalmente investigado por suspeitas de que doadores proeminentes tenham transferido indevidamente dinheiro para o uso pessoal do primei-ministro, bem como relatórios que envolvem o advogado pessoal de Netanyahu que terá representado uma empresa alemã envolvida numa venda de submarinos a Israel no valor 1,5 mil milhões dolares.
Os Netanyahu negaram qualquer irregularidade e dizem que são alvo de uma caça às bruxas dos orgãos de comunicação israelitas.