A Rússia garantiu que vai vetar uma resolução da ONU, apoiada por ocidentais, que imporia sanções a 21 indivíduos, organizações e empresas da Síria, supostamente envolvidos em ataques com armas químicas no país.
O projeto de resolução do Conselho de Segurança também proibiria todos os países de fornecer ao governo da Síria helicópteros, que os investigadores concluíram serem usados em ataques químicos.
A resolução, inicialmente patrocinada pela Grã-Bretanha e pela França, foi recentemente apoiada pelo novo governo dos Estados Unidos.
O embaixador da França na ONU, Francois Delattre, disse na segunda-feira que o seu governo estava “muito satisfeito pelo fato de a nova administração americana ter confirmado que compartilha completamente a nossa opinião” sobre a necessidade de sanções.
O embaixador britânico Matthew Rycroft disse que o apoio dos EUA é um sinal de que os três países estão determinados a opor-se à proliferação de armas de destruição massiva e “garantir que armas químicas não possam ser usadas com impunidade”.
A resolução vem na sequência de uma investigação conjunta das Nações Unidas e do organismo internacional de vigilância de armas químicas que concluiu que o governo sírio estava por trás de pelo menos três ataques com gás cloro e o grupo terrorista Estado Islâmico foi responsável por pelo menos um ataque com gás de mostarda.
A Rússia, aliada mais próxima da Síria, juntou-se às nações ocidentais para proceder à investigação conjunta, conhecida como JIM, para determinar a responsabilidade do ataque químico.
No entanto, o vice-embaixador da Rússia, Vladimir Safronkov, disse na sexta-feira que Moscovo vetará a resolução, que ele descreveu como sendo “unilateral”, “baseada em evidência insuficiente” e “uma provocação”.
O governo sírio nega o uso de armas químicas na guerra civil que dura há seis anos, mas os três países ocidentais insistem que deve ser responsabilizado após os resultados das investigações JIM.
Os 11 sírios que estariam sujeitos a um congelamento de ativos e a proibição de viajar, incluem Amr Armanzi, diretor-geral do Centro de Pesquisas de Estudos Científicos da Síria, responsável pelo desenvolvimento e produção de armas químicas e mísseis. Também estão indicados, nove oficiais, atuais e ex-militares, e o diretor-gerente de uma subsidiária do Ministério da Defesa que presta serviços na produção de armas químicas.