As autoridades argelinas anunciaram a 11 de agosto que o jihadista Sultan Ould Bady, líder da Katiba Salah Eddine, decidiu depor as armas em Tamanrasset, no sul da Argélia. As autoridades argelinas sublinham num comunicado que a decisão do jihadista confirma o sucesso das “diferentes abordagens que visam a erradicação do flagelo do terrorismo”.
As “diferente abordagens” referidas pelas autoridades argelinas fazem alusão, segundo alguns analistas, a um acordo estabelecido entre a Argélia, Mali e a França que supostamente permite aos jihadistas, que abandonam a via armada, de beneficiarem de uma “imunidade”. Segundo o site Middle East Eyes, mais de 40 membros de grupos terroristas já beneficiaram deste “programa” desde 2017, entre os quais está Larbi Khelifa, um dos líderes da Katiba al-Furqan.
Recrutado em 2000 para as esferas jihadistas por Mokthar Belmokthar, Sultan Ould Bady acabou por integrar a Al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI) e posteriormente o Movimento pela Unidade e a Jihad na África do Oeste (MUJAO).
Sultan Ould Bady é acusado de ter organizado o rapto de vários Ocidentais na região do Sahel, entre os quais do português Gilberto Rodrigues Leal, que oficialmente terá morrido em cativeiro sem contudo ter sido localizado o seu corpo nem existir uma prova da sua morte.
O jihadista acabará por desvincular-se do MUJAO, juntamente com a sua Katiba, e integra o grupo Ansar Dine liderado pelo maliano Iyad Ag Ghali. Pouco depois Sultan Ould Bady decide, novamente, aproximar-se de Mokthar Belmokthar integrando com a sua katiba a organização al-Mourabitoune que em 2017 passa a fazer parte da “federação” jihadista constituída pelo Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos liderada por Ag Ghali.
As relações tumultuosas entre Sultan Ould Bady e Iyad Ag Ghali resultam num divórcio, e o jihadista opta por aliar-se a Adnane Abou Walid al-Sahraoui aderindo com a sua katiba à esfera do Estado Islâmico do Grande Sahara (EIGS).