Os representantes do Movimento 5 de Junho e do Reagrupamento das Forças Patrióticas (M5-RFP), aliança que durante várias semanas manifestou contra o presidente Ibrahim Boubacar Keïta (IBK), estão dispostos a “acompanhar” a junta militar que forçou a destituição de IBK.
Logo após o golpe de Estado de 18 de Agosto, iniciado por militares do aquartelamento de Kati, a cerca de 15 quilómetros de Bamako, a junta militar recebeu o apoio do M5-RFP.
O presidente Ibrahim Boubacar Keïta contara com o apoio da comunidade Internacional e especialmente da organização sub-regional CEDEAO. No entanto, e apesar do anúncio imediato de sanções contra o Mali, o presidente IBK viu o seus fieis apoios internacionais a esvanecerem-se e reconhecerem discretamente e oficiosamente a nova ordem no Mali.
A pesar na balança da comunidade internacional está o Mali como epicentro na luta contra os grupos jihadistas no Sahel, mas também as manifestações de apoio popular à junta militar, que constituiu o Comité Nacional para Salvação do Povo (CNSP), que contrastaram com o silêncio da mesma população face à detenção pelos militares de Ibrahim Boubacar Keïta, do seu primeiro-ministro Boubou Cissé, bem como de outras figuras do Governo.
O CNSP prometeu de imediato restituir o poder aos civis, mas não revelou o tempo que poderá durar a transição. O debate está ainda em cima da mesa. Três anos de transição, defende uma corrente no CNSP. Um ano ou alguns meses, propôs a delegação da CEDEAO que tentou mediar a crise resultante Golpe.
Após manifestar apoio CNSP, o M5-RFP, com o aval do carismático Imame conservador Mahmoud Dicko, pretende fazer parte do governo de transição juntamente com outros opositores políticos a IBK, entidades religiosas e membros da sociedade civil.