Fruto de uma investigação das autoridades da Alemanha, revelada pela Deutsche Welle, as casas de quatro ímames turcos foram revistadas pela polícia alemã, sob suspeita de que os religiosos estariam a espiar a oposição ao Presidente turco Erdogan. A espionagem estaria sobretudo centrada nos elementos que alegadamente estiveram envolvidos na tentativa falhada de Golpe de Estado em julho último na Turquia.
Os quatro imams então ligados à União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos, o maior grupo islâmico na Alemanha, com cerca de 900 mesquitas. O grupo tem ligações com o Directório de Religião do governo turco.
A polícia alemã esclareceu que nenhum dos imams foi detido nas buscas, as quais procuravam obter sobretudo provas do envolvimento dos religiosos em alegadas acções de espionagem contra os apoiantes de Fethullah Gulen, referido por Ancara como o principal responsável pela tentativa de Golpe de Estado falhada.
De acordo com documentos consultados pela Deutsch Welle, 13 imams e um coordenador forneceram informações ao adido religioso turco no consulado de Colónia sobre pelo menos 14 instituições e a 45 pessoas com ligações a Gulen. A maioria destes 13 imams turcos já regressaram à Turquia por indicações de Ancara.
O ministro da Justiça turco Bekir Bozdag já veio condenou as buscas efectuadas e acusou Berlin de estar indirectamente a agir sob influência do movimento de Gulen.
As autoridades alemãs acreditam que as actividades turcas de recolha de informações sobre Gulen terão ocorrido em todo o mundo.