O prédio Coutinho em Viana do Castelo começou a ser demolido às 08.30 desta sexta-feira. No interior do edifício permanecem nove moradores que se recusam a entregar seis habitações.
O advogado dos últimos moradores foi hoje impedido de entrar no edifício por agentes da PSP e pela segurança privada contratada para o local pela VianaPolis, e, segundo fonte da empresa que procede à demolição, uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) foi acionada para prestar auxílio a um dos moradores do 5.º andar que não se sentiu bem.
O Edifício Jardim, localmente conhecido como prédio Coutinho, tem desconstrução prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, mas a batalha judicial iniciada pelos moradores travou aquele projeto iniciado quando era António Guterres primeiro-ministro e José Sócrates ministro do Ambiente.
Reagindo esta sexta-feira à resistência dos moradores que permanecem no edifício, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, declarou que os “abusados” no processo são os poderes públicos.
“Aqui os abusados somos nós, os poderes públicos, porque [os moradores] há 19 anos que sabem que têm de sair de lá”, disse o governante, citado pela agência Lusa, depois de questionado se seria um abuso da Sociedade VianaPolis deixar os últimos residentes daquele prédio sem gás, luz e água.
“As pessoas não podem estar ali, é um edifício público, que foi expropriado e que tem de começar a ser desconstruído”, declarou Matos Fernandes, acrescentando ainda que, neste momento, os moradores estão a “incumprir” uma decisão judicial ao ocupar um espaço “que não é deles” e, por isso, “correm o risco de estar a cometer um crime”.