“Conciliar a proteção dos cidadãos com o estímulo à inovação” é, segundo Mónica Cerqueira, CEO da Make the Way, consultoria de tecnologia especializada em projetos de Inteligência Artificial (IA), a principal preocupação são os maiores desafios do Regulamento Europeu de Inteligência Artificial (IA).
“Apesar do Regulamento Europeu sobre Inteligência Artificial (EU AI Act) querer garantir a privacidade, transparência e não-discriminação nas aplicações da IA, é fundamental encontrar um equilíbrio que permita o desenvolvimento de sistemas avançados e éticos, sem prejudicar a competitividade das empresas europeias globalmente”, explicou Mónica Cerqueira.
No final de junho deste ano, o parlamento Europeu aprovou o Regulamento Europeu sobre Inteligência Artificial (EU AI Act). O intuito da regulamentação é proteger os direitos fundamentais dos cidadãos e garantir a ética e segurança na aplicação da IA. Contudo, a busca por um equilíbrio entre proteção e inovação, os desafios da conformidade para as empresas e possíveis divergências internacionais são algumas questões que preocupam especialistas.
Esta profissional sublinha que outro obstáculo seria a “complexidade da conformidade”. “Pequenas e médias empresas podem enfrentar dificuldades para atender aos requisitos regulatórios, dada a necessidade de recursos financeiros e expertise”, afirmou Mónica, que ressaltou que “o suporte governamental é vital para viabilizar a conformidade e evitar a concentração de inovação apenas em grandes corporações”.
A possibilidade de divergências com políticas internacionais também é citada pela CEO. “A lei europeia de IA se aplicará a qualquer pessoa que desenvolva inteligência artificial nas regiões da UE. A regulamentação dependerá de riscos criados por uma aplicação específica, que categoriza desenvolvimentos, desde os mínimos, até os ‘inaceitáveis’. Sistemas que se enquadrarem à última categoria serão banidos e as de alto risco preveem restrições rígidas. (…) A adoção de diretrizes éticas e a responsabilização na utilização da IA podem aumentar a confiança pública na tecnologia, acelerando a sua aceitação e aplicação em diversas áreas, como medicina, mobilidade urbana e sustentabilidade”, comentou Bianca.
“Esta regulamentação pode consolidar a Europa como líder mundial em IA ética e confiável, atraindo investimentos e talentos. Isto resultaria num ecossistema inovador mais forte, promovendo uma economia competitiva e sustentável a longo prazo. Embora existam desafios, a regulamentação também traz oportunidades para impulsionar a inovação e fortalecer a confiança pública”, finalizou.
Ígor Lopes