No momento em que Marrocos adere à União Africana (UA), a Argélia conseguiu impor que o seu presidente, Abdelaziz Bouteflika, fosse designado vice-presidente da organização, assim como reforçou a sua influência na UA.
Segundo observadores internacionais, a nomeação de Abdelaziz Bouteflika pretende contrabalançar o protagonismo que Marrocos poderá vir a alcançar na organização pan-africana, particularmente no dossier relativo à Republica Árabe Sarauí Democrática (RASD) que justificou a retirada do reino da Organização da Unidade Africana (OUA), há 33 anos.
A Argélia, como um dos principais apoios da RASD e da Frente Polisário, sustenta que Marrocos é a potência que ocupa “a última colónia em África”, porém Argel em vez de bloquear a adesão marroquina, optou por blindar a sua influência na organização.
Para a imprensa argelina, o novo presidente da UA, Alpha Condé, é “um amigo da Argélia” e já programou para breve uma visita ao país onde tem agendado um encontro com Bouteflika. Por outro lado a Argélia também apoiou a candidatura do ex primeiro-ministro chadiano, Moussa Faki Mahamat, para a presidência da Comissão da UA, um diplomata que colaborou ativamente com a Argélia no dossier líbio.
Também, Smail Chergui, que assume a função de Comissário para a Paz e Segurança (CPS) no seio da UA, é um diplomata argelino que segue as pisadas de Ramtane Lamamra, atual ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, que ocupara a mesma função de CPS.