A procura global por petróleo terá uma recuperação mais lenta em 2021 do que se pensava anteriormente devido ao aumento dos casos de coronavírus, informou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) esta quarta-feira, dificultando os esforços do grupo e seus aliados para apoiar o mercado, segundo a Reuters.
A procura aumentará 6,25 milhões de barris por dia (bpd) no próximo ano para 96,26 milhões de bpd, informou a organização no relatório mensal. A previsão de crescimento é de 300.000 bpd menos do que o esperado um mês atrás.
A menor recuperação da procura pode fazer com que a OPEP e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP +, atrasem um aumento programado na produção de petróleo no próximo ano
A divulgação do último relatório antecipou-se à reunião do painel consultivo da OPEP+ na próxima semana para definir políticas em 30 de novembro e 1º de dezembro.
Segundo a OPEP, as medidas recentes dos governos europeus para fechar restaurantes e encorajar o trabalho online afetariam a procuro para o resto de 2020, com o impacto da pandemia no mercado de petróleo persistindo até meados do próximo ano.
“A recuperação da procura de petróleo será severamente prejudicada e a lentidão no transporte e na procura de combustível industrial deve durar até meados de 2021”, referiu a OPEP no relatório.
Preços sobem perante a possibilidade da vacina da Pfizer
Os preços do petróleo subiram esta semana e atingiram uma alta de mais de dois meses acima de 45 USD por barril na quarta-feira, depois de as farmacêuticas Pfizer e BioNTech terem anunciado que a vacina COVID-19 foi mais de 90% eficaz nos resultados dos testes iniciais.
A OPEP defende que “uma vacina eficaz e amplamente distribuível” poderia apoiar a economia já no primeiro semestre de 2021.
Para enfrentar o colapso na procura deste ano, a OPEP + iniciou um corte recorde de oferta de 9,7 milhões de bpd a partir de 1º de maio, representando cerca de 10% do consumo global de petróleo.
O corte foi reduzido para 7,7 milhões de bpd em agosto e a OPEP + planeia uma redução ainda maior no próximo ano, aumentando a oferta em 2 milhões de bpd a partir de janeiro.
Com os casos Covid-19 a aumentar e os preços sob pressão, a Argélia disse que apoia a manutenção dos cortes atuais, enquanto a Arábia Saudita indicou esta semana que o acordo poderia ser ajustado, talvez além do que os analistas esperam.