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Cabo Verde: Jorge Carlos Fonseca apela à melhoria dos cuidados paliativos

Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca

Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, apelou à criação de políticas que tornem “o processo de morrer mais humano” e “mais digno” no país, sobretudo através de cuidados paliativos.

“O desenvolvimento da ciência e da tecnologia tem vindo a expandir o limite da vida. Até entre nós, com todos os desafios e dificuldades que temos, alargamos a nossa esperança média de vida para os 80 anos, no caso das mulheres”, disse na ilha do Fogo, durante a cerimónia de abertura do encontro internacional “Cuidados Paliativos em Cabo Verde”.

“Há aqui um campo em que se torna necessário definir políticas públicas capazes de, face ao nosso ordenamento jurídico, tornar o processo de morrer mais humano, consequentemente, mais digno”, acrescentou, defendendo a existência de um serviço que se “dedique a esses cuidados”.

“É muito importante a existência de serviços de prestação de cuidados paliativos ou, pelo menos, de estruturas que zelem para que determinados princípios básicos que enformam esses cuidados sejam apreendidos pelos diferentes agentes e concretizados”, realçou.

O governante falou sobre um “novo medo” na sociedade. “Hoje tememos não só a doença e a morte, mas também o prolongamento da vida em agonia, a dor e o sofrimento na espera da morte quando toda ciência e tecnologia fracassaram na cura tão procurada”, salientou.

Carlos Fonseca disse ainda que o tema dos cuidados paliativos “tem um relevo muito grande” no país, uma vez que sem estruturas de saúde para tratar doenças do foro oncológico, em que, por norma, os pacientes são transportados para hospitais em Portugal, “quase diariamente” todos ouvem “falar” de pessoas “que, estando com diagnósticos muito desfavoráveis”, acabam por não ter a avaliação positiva da junta médica para a evacuação para o exterior.

“E não o são porque o parecer médico autorizado é de que qualquer tratamento, intervenção médica, não vai curar a doença, apenas atrasar dolorosamente a morte. Estas decisões de não evacuação para estruturas médicas de países com os quais Cabo Verde tem protocolos de cooperação médica, significam que estes doentes terão de enfrentar o caminho para a sua morte anunciada, aqui, nas nossas estruturas hospitalares e com os recursos existentes no país”, concluiu.

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