O líder da bancada parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), Celso Ribeiro, declarou que o partido no poder em Cabo Verde não tem culpa de não haver renovação dos órgãos externos à Assembleia Nacional.
“Um dos problemas que se tem arrastado ao longo destes quatro anos [de governação] tem sido a questão dos órgãos externos à Assembleia Nacional. O MpD tem a maioria, mas não tem conseguido chegar a acordo com os restantes partidos, especialmente o PAICV [Partido Africano da Independência de Cabo Verde], para a nomeação destes órgãos que estão já todos com o mandato caducado”, partilhou numa entrevista dada ao “Expresso das Ilhas”.
“Se se fizer a retrospectiva das sessões parlamentares, o único grupo parlamentar, e eu isso digo com convicção, que tem feito várias referências a este assunto é o grupo parlamentar do MpD. Os órgãos externos carecem da maioria de dois terços, portanto, tem que haver consenso e entendimento com as outras forças políticas, mas nós tudo temos feito”, expôs o dirigente.
Celso Ribeiro considera que a falta de um consenso na referida matéria deve-se ao “interesse partidário”.
“Alcançámos um facto inédito em Cabo Verde: o MpD, para se chegar ao consenso, cedeu ao PAICV a escolha da presidência de um dos órgãos externos à Assembleia Nacional, saímos da reunião com o entendimento de que na próxima sessão íamos fazer a votação. Mas antes da sessão, enviaram um comunicado a dizer que seria mais conveniente esperar pelas eleições do próximo presidente do partido para avançar. Aconteceram as eleições e nós estamos a aguardar”, concluiu.