Dois trabalhadores humanitários congoleses foram mortos, e um terceiro raptado, por um grupo armado não identificado, na problemática província do Kivu do norte da República Democrática do Congo (RDC), anunciaram as Nações Unidas na segunda-feira.
“Perdemos dois companheiros humanitários, mortos no cumprimento do dever, por pessoas armadas não identificadas”, comunicou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) em um comunicado.
Os três homens trabalhavam para a ONG congolesa Hydraulique Sans Frontieres (HYFRO), especializada em projetos de purificação de água, quando foram atacados no sábado, perto da aldeia de Mushikiri.
A Ocha condenou “fortemente este último ataque” e pediu “a libertação imediata e incondicional da pessoa mantida refém”. Os trabalhadores humanitários “nunca devem ser alvo. Este ataque representa uma grave violação do direito internacional humanitário e dos padrões de emergência”, declarou.
Segundo a Ocha, as condições de segurança são muito preocupantes no norte do Kivu e representam um “grande obstáculo” para o trabalho humanitário.
O porta-voz da ONU, Farhan Haq, disse que a situação no norte de Kivu era “preocupante”, acrescentando que representava um “grande obstáculo à entrega de assistência humanitária a milhares de pessoas que precisam”.
São frequentes os raptos, inclusive do pessoal estrangeiro e congolês de organizações humanitárias, nos territórios de Masisi, Lubero, Rutshuru e Walikale, na província de Kivu do Norte.
A parte oriental da República Democrática do Congo Oriental está destruída por mais de 20 anos de conflito armado, agravado por disputas étnicas e territoriais, competição pelo controle dos recursos minerais da região e rivalidade entre os poderes regionais.