As fortes chuvas que nos últimos dias caíram no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, uma área particularmente afetada pelo conflito contra o grupo jihadista Boko Haram, vieram agravar a situação de cerca de 4.300 deslocados, anunciou a ONU.
Esta é a terceira tempestade que atinge o estado de Borno desde o início de maio. O vento e a chuva destruiu ou danificou milhares de casas em 44 campos de deslocados que a Organização Internacional para as Migrações (OIM) inspecionou sábado 3 de junho.
“Nós já começamos a reparar alguns abrigos e a construir”, relatou Henri Kwenin, chefe do programa de coleta de dados para a OIM. “Também alertamos outros setores e organizações não-governamentais que administram a assistência de saúde, alimentação, higiene. Todos os anos nesta época chove. Isso é normal. Mas é urgente colocar em prática medidas para mitigar os efeitos adversos da chuva.”, acrescentou o representante.
Entre as consequências prováveis das chuvas, o desenvolvimento de epidemias preocupa particularmente as organizações humanitárias.
A estação das chuvas, que agora começou, pode durar de 3 a 4 meses. As tempestades são, portanto, suscetíveis de aumentar de intensidade.
“Borno é especificamente terreno plano. Quando chove muito, ocorrem sempre inundações”, disse Frank Santana, coordenador de emergência para IOM.
Consequentemente, será difícil fazer chegar medicamentos e alimentos a algumas zonas. A OIM estima que 200.000 pessoas possam ficar isoladas.