O vice-presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse neste domingo que quer que as acusações de tráfico de influências no governo sejam investigadas, dando o seu apoio a uma sondagem solicitada pelo órgão de fiscalização, que o presidente Jacob Zuma ignorou até agora.
Ramaphosa é considerado um candidato provável à presidência quando o Congresso Nacional Africano eleger os novos líderes, mas ainda não anunciou formalmente a sua intenção.
Em novembro, Zuma foi instado a nomear uma comissão de inquérito judicial num prazo de 30 dias para examinar suspeitas de corrupção no seu governo, mas o presidente sul-africano não chegou a nomear uma comissão, desafiando o relatório do tribunal.
“Eu apoio que deve haver uma comissão judicial de inquérito”, disse Ramaphosa perante fortes aplausos, num evento comemorativo do defensor da liberdade, Chris Hani. “Se houver qualquer irregularidade, deve ser exposta”, disse Ramaphosa.
Zuma faz face a vários pedidos para que renuncie ao cargo depois de o rating de crédito da África do Sul ter sido rebaixado para o nível de sub-investment, este mês, pela S & P Global Ratings e pela Fitch Ratings, pouco depois de ter demitido o ministro das Finanças, Pravin Gordhan.
No ano passado, um relatório do órgão de fiscalização alegou que os irmãos de Zuma, Ajay, Atul e Rajesh Gupta – empresários de origem indiana – influenciaram a nomeação de ministros. Tanto Zuma como a família Gupta negaram qualquer irregularidade.