O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira a imposição de novas tarifas sobre produtos importados da União Europeia e do Brasil, como parte de uma estratégia que apelidou de “Dia da Libertação”. A medida entra em vigor hoje, 3 de abril.
Durante um discurso na Casa Branca, Trump apresentou um quadro com as novas taxas, destacando que os produtos da UE serão taxados em 20% e os do Brasil em 10%. 
A China lidera a lista com uma tarifa de 34%, seguida pelo Vietname (46%) e pelo Sri Lanka (44%).
O presidente justificou a medida como uma resposta às “práticas comerciais injustas” de cerca de 60 países, que, segundo afirmou, mantêm relações comerciais desiguais com os EUA. 
Trump prometeu ainda tarifas de 25% sobre todos os automóveis produzidos fora do território norte-americano.
Classificando a medida como uma “declaração de independência económica”, Trump argumentou que as novas tarifas impulsionarão o crescimento dos EUA. “A UE tem-nos explorado há anos”, afirmou.
A reação internacional foi imediata.
O vice-primeiro-ministro italiano e ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, apelou a uma resposta baseada no diálogo, sublinhando a necessidade de proteger os interesses europeus sem escalar para uma guerra comercial. 
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deverá pronunciar-se sobre o tema esta quinta-feira.
O Parlamento Europeu também manifestou preocupação.
Brando Benifei, responsável pelas relações com os EUA, defendeu a adoção de contramedidas eficazes, incluindo sanções sobre serviços e empresas tecnológicas americanas. 
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que irá trabalhar para evitar uma escalada comercial que possa prejudicar o Ocidente, procurando uma solução negociada com Washington.
