A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, afirmou que a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar assumir o controlo da Gronelândia continua a preocupar os cerca de 60 mil habitantes da ilha.
No início deste ano, Trump voltou a admitir a possibilidade de recorrer à força militar ou à pressão económica para se apoderar do território semiautónomo dinamarquês — uma ideia que já tinha causado forte polémica durante o seu primeiro mandato.
“Talvez pareça que podemos respirar de alívio, mas acredito que não podemos”, afirmou Frederiksen, na abertura do Parlamento dinamarquês. “A superpotência mais forte do mundo falou de nós como algo que se pode comprar. Isso cria uma insegurança que não desaparece.”
A Dinamarca, parceira próxima dos Estados Unidos na NATO, tem reafirmado que a Gronelândia não está à venda e que o país reforçou recentemente a presença militar e o investimento na defesa do território. A primeira-ministra destacou ainda que o governo dinamarquês apoia a Gronelândia na determinação do seu próprio futuro e que não cederá a intimidações para tomar decisões consideradas injustas ou incorretas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Lokke Rasmussen, já tinha alertado em julho que “a ameaça expansionista de Trump sobre a Gronelândia não está completamente afastada”, apesar de considerar improvável uma intervenção militar.
Na sequência dessas tensões, a Gronelândia tem procurado estreitar laços com a União Europeia. No mês passado, a Comissão Europeia propôs duplicar o apoio financeiro a Nuuk, prevendo mais de 530 milhões de euros no orçamento da UE para 2028–2034.
