O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ter chegado a um acordo de nível técnico com as autoridades ucranianas para um novo programa de assistência financeira. O acordo prevê um mecanismo de financiamento alargado (EFF) de 48 meses, no valor de 5,94 mil milhões de Direitos de Saque (cerca de 8,1 mil milhões de dólares), destinado a apoiar a estabilidade macroeconómica da Ucrânia numa fase em que o país continua fortemente afetado pela guerra iniciada pela Rússia.
Segundo o FMI, o novo programa incluirá medidas fiscais e monetárias destinadas a restaurar a sustentabilidade da dívida, reforçar a viabilidade externa e combater a corrupção, ao mesmo tempo que promove melhorias na governação, incluindo no setor das empresas públicas. O organismo alerta, contudo, que a Ucrânia enfrenta um elevado défice de financiamento, estimado em 136,5 mil milhões de dólares entre 2026 e 2029, sendo essencial a mobilização rápida de apoio internacional para evitar tensões de liquidez.
O Fundo sublinhou ainda que a economia ucraniana tem demonstrado resiliência apesar dos ataques recentes à infraestrutura energética e crítica, mas que os riscos permanecem “excecionalmente elevados”, devido à incerteza sobre a duração da guerra e o nível de apoio dos doadores. Entre os compromissos assumidos por Kiev incluem-se medidas para aumentar a arrecadação fiscal, combater a economia informal, reforçar a independência das entidades anticorrupção e avançar com reformas nas empresas e bancos públicos.
O acordo ainda necessita da aprovação formal do Conselho de Administração do FMI, que dependerá do cumprimento das ações prévias por parte da Ucrânia e da garantia de que existirá financiamento internacional adequado. O FMI reiterou que o programa poderá ser ajustado ao longo do tempo, consoante a evolução da guerra e os progressos rumo a uma paz duradoura.
