Os rendimentos das obrigações europeias voltaram a subir nos últimos dias, apesar da inflação na zona euro continuar controlada. O motivo principal não está na Europa, mas sim no Japão.
A inflação anual da zona euro ficou em 2,2% em novembro, praticamente estável e alinhada com o objetivo do BCE. A inflação subjacente desceu ligeiramente para 2,4%, mostrando que as pressões de fundo continuam moderadas. Mesmo assim, os juros das obrigações europeias dispararam.
O que aconteceu?
A subida foi desencadeada pela forte valorização dos juros das obrigações japonesas, depois de o governador do Banco do Japão indicar que prepara um possível aumento das taxas — algo raro num país habituado a juros muito baixos.
A yield japonesa a 10 anos atingiu o valor mais alto em 19 anos, levando investidores globais a reavaliar o preço das obrigações em todo o mundo.
Impacto na Europa
- O Bund alemão a 30 anos subiu para 3,40%, perto dos máximos de 2011.
- A yield a 10 anos subiu para 2,75%.
- A reavaliação global está a pressionar os mercados europeus, mesmo com uma economia fraca e inflação estável.
E o BCE?
O Banco Central Europeu deverá manter as taxas inalteradas em dezembro. A combinação de inflação dos serviços ainda elevada e crescimento fraco limita margens para cortes no curto prazo.
Analistas alertam que, mesmo sem pressões internas significativas, o efeito contágio do Japão pode continuar a empurrar os juros europeus para cima.
