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Turquia ganha protagonismo no setor dos veículos elétricos com disputa entre China e UE

As barreiras comerciais impostas pela União Europeia aos automóveis elétricos produzidos na China estão a alterar o mapa da indústria automóvel, abrindo espaço para a Turquia emergir como um novo centro estratégico.

Com os novos direitos aduaneiros, várias marcas chinesas procuram formas de manter a sua presença no mercado europeu. Entre as soluções, destaca-se a instalação de fábricas em países com acordos comerciais vantajosos com a UE, como Marrocos e, sobretudo, a Turquia.

Grandes fabricantes já anunciaram planos ambiciosos: a Chery prepara uma unidade de mil milhões de dólares em Samsun, com capacidade para 200 mil veículos por ano; a BYD vai erguer um complexo industrial em Manisa, incluindo centro de investigação; e a SWM Motors projeta uma fábrica em Eskisehir.

A Europa também vê benefícios nesta aproximação. Marcas como Renault e Stellantis utilizam a Turquia para abastecer mercados locais e externos, enquanto Bruxelas destinou 1.000 milhões de euros, através do programa Horizon Europe, para reforçar o setor automóvel turco, com foco em baterias, carregamento e mobilidade elétrica.

Graças a estes investimentos e incentivos fiscais internos, a Turquia já é o 4.º maior mercado europeu de veículos elétricos em 2025, apenas atrás de Alemanha, Reino Unido e França.

Apesar do avanço, especialistas alertam que o peso das gigantes chinesas poderá abafar produtores nacionais, como a TOGG, e criar um desequilíbrio no ecossistema local, com efeitos a longo prazo.

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