Segundo as declarações de João Serra, governador do Banco de Cabo Verde (BCV), a Caixa Geral de Depósitos (CGD), banco estatal português, não efectou até ao momento “qualquer pedido de autorização” para a venda das suas acções de 1 dos 2 bancos cabo-verdianos, nos quais detém participação maioritária – o Banco Interatlântico (BI) e Banco Comercial do Atlântico (BCA) – e que cuja redução em Cabo Verde foi anunciada em comunicado de imprensa, pelo ministério das Finanças português, a 27 de julho do corrente.
Nesse sentido, Olavo Correia, vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, declarou, em agosto, estar “em diálogo” com a CGD sobre a venda de 1 dos 2 bancos do grupo no país, sublinhando que “tem conhecimento da intenção da CGD”, não “lhe cabendo a ele [Olavo Correia] fazer o anúncio” sobre qual será o banco que a CGD irá vender em breve.
Esta situação tem vindo a gerar um “período de muita incerteza” entre os trabalhadores dos dois bancos em Cabo Verde.
O governador do BCV sublinhou ontem que os “os accionistas são livres”, contudo “há algumas regras que devem ser observadas”.
Serra acrescentou que: “Naturalmente que o BCV terá que autorizar, acontecendo essa decisão, fazendo uma análise para saber se não traria problemas ao país. O BCV ainda não foi solicitado a autorização para o efeito. No quadro da análise que vamos fazer, dos prós e dos contras, é que vamos decidir porque a última palavra cabe ao BCV”.