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Timor-Leste: Polémica em torno do debate presidencial

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) proibiu a televisão pública, RTTL, de organizar o debate dos dois candidatos na segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste. 

Esta decisão da CNE também já tinha causado polémica na primeira volta das eleições, uma vez que a entidade concordou, pela primeira vez, com a transmissão dos debates presidenciais na televisão privada em vez de ser na RTTL, como sempre aconteceu. 

“A CNE não autoriza a RTTL a organizar o debate público”, pode ler-se numa carta da CNE, divulgada pela “Lusa”. 

Trata-se de uma decisão justificada com o argumento de que é da responsabilidade da comissão organizar o debate, incluindo por ter orçamento para essa atividade. A CNE acusou a RTTL de suposta discriminação por ter contactado só um candidato, algo que a RTTL já veio negar. 

Segundo responsáveis da televisão pública, foram diretamente contactadas as duas candidaturas, tanto de Francisco Guterres Lu-Olo, como de José Ramos-Horta. As candidaturas de ambos os candidatos confirmaram à “Lusa” que aceitaram o convite da RTTL. 

Lu-Olo, atual chefe de Estado timorense, criticou a decisão da CNE e lembrou as falhas ocorridas no primeiro debate e os problemas na organização do segundo. “A CNE está a ser um pouco desonesta na preparação do debate, particularmente no que se refere aos órgãos de comunicação social, já que qualquer um pode organizar debates”, disse à “Lusa”. 

Também Ramos-Horta mostrou-se contra a intervenção da CNE na vontade da RTTL organizar o debate, e lamentou a decisão de não haver uma parte em tétum e outra em português. 

“Não vejo que a CNE tenha qualquer fundamento para proibir a RTTL de promover qualquer debate que queira. Não me parece que seja da competência extravasar-se para esta área. Porque é que tem que ser a CNE a organizar, especialmente porque pelo menos o primeiro que organizaram foi um fiasco”, concluiu. 

O debate previsto terá uma duração prevista de três horas, sendo mais de uma hora dedicada a protocolo e introduções, partilha a agenda da CNE. Recorde-se que o sufrágio está marcado para 19 de abril.

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