Site icon e-Global

Angola: 2021 visto como um ano de recuo nas liberdades dos cidadãos

Ativistas e jornalistas consideram que 2021 representa para Angola um ano de retrocesso no que diz respeito ao exercício das liberdades de imprensa, à reunião e à manifestação, além da liberdade científica e académica, indica o “Club-K”.

Sobre as liberdades de reunião e manifestação, o coordenador da organização não governamental (ONG) Omunga, João Malavindele, afirmou que em 2021 o povo tentou, mais uma vez, exercer os seus direitos para protestar contra as políticas públicas do governo. No entanto, acabou por ser reprimido pelas forças de defesa e segurança, com registo de mortos e feridos.

De acordo com Malavindele, neste ano houve mais de 50% de protestos ou tentativas reprimidos no país. “Este ano fica marcado com a intervenção das forças de defesa e segurança. Na tentativa de impedir ou inviabilizar uma manifestação, acabaram por fazer vítimas mortais. Temos o exemplo do caso de Cafunfo, que até hoje ainda se clama por uma explicação de tudo que aconteceu no terreno”, partilhou.

Quanto à liberdade de imprensa, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos considera que a mesma regrediu nos últimos tempos. Teixeira Cândido disse à “DW África” que não há pluralidade de informação nos órgãos públicos de comunicação.

“A mídia hoje é criticada por quase todos os setores. Os médicos criticaram veementemente a Televisão Pública de Angola e outra televisão, a Zimbo, por não ter dado espaço às suas reivindicações. E vimos recentemente o partido UNITA a reclamar o tratamento desigual que a mídia concedeu quando cobriu os dois congressos. Portanto, a mídia pública regrediu no que à pluralidade diz respeito”, concluiu.

Exit mobile version