Nanotecnologia multiplica por 20.000 a eficácia de fármaco contra o cancro sem causar efeitos secundários

Investigadores da Universidade Northwestern criam terapia direcionada que poderá revolucionar a quimioterapia.

Cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova forma de um medicamento quimioterápico clássico que se revelou 20.000 vezes mais potente e praticamente isenta de efeitos secundários. A inovação, publicada na revista ACS Nano, utiliza ácidos nucleicos esféricos (SNAs) para transformar a estrutura molecular do fármaco, aumentando de forma drástica a sua absorção pelas células cancerígenas e evitando danos nos tecidos saudáveis.

Nos testes realizados em modelos animais com leucemia mieloide aguda, a nova formulação destruiu as células tumorais com uma eficácia sem precedentes — penetrando 12 vezes mais nas células doentes e reduzindo o avanço do cancro até 59 vezes — sem provocar náuseas, fadiga ou outras reações adversas típicas da quimioterapia convencional.

Segundo o professor Chad A. Mirkin, que liderou o estudo, a descoberta pode abrir caminho para uma nova geração de terapias de precisão baseadas em nanomedicina. “Se estes resultados se confirmarem em humanos, estaremos perante uma revolução no tratamento do cancro: terapias mais eficazes, mais seguras e personalizadas”, afirmou o investigador, que também dirige o Instituto Internacional de Nanotecnologia da Northwestern.

A equipa planeia agora ampliar os testes em modelos animais antes de iniciar ensaios clínicos em humanos. Para além do cancro, os cientistas acreditam que esta tecnologia poderá ser adaptada ao tratamento de doenças neurodegenerativas, infecciosas e autoimunes, abrindo uma nova era na medicina molecular.

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