Angola lançou esta semana a sua primeira campanha nacional de vacinação contra o cancro do colo do útero, com o objetivo de imunizar mais de dois milhões de raparigas entre os 9 e os 12 anos.
A iniciativa, que decorre durante dez dias em escolas, centros de saúde e comunidades das 21 províncias, é apoiada pela União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), através de um financiamento de 50 milhões de euros e de uma subvenção adicional de 4,5 milhões de euros no âmbito da iniciativa Global Gateway.
A campanha é liderada pelos ministérios da Saúde e da Educação de Angola, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O lançamento oficial teve lugar a 27 de outubro, na província do Namibe, e marca o início de uma estratégia nacional para proteger as futuras gerações contra o papilomavírus humano (HPV), principal causa do cancro do colo do útero. A partir de 2026, a vacinação passará a integrar o programa nacional de imunização infantil.
O cancro do colo do útero é uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres em Angola, representando cerca de 17% de todos os casos de cancro diagnosticados no país. Segundo a OMS, a vacina contra o HPV é segura, eficaz e proporciona proteção duradoura com apenas uma dose. “Cada rapariga vacinada representa uma vida com mais esperança e oportunidades”, afirmou a presidente do BEI, Nadia Calviño, sublinhando que o investimento europeu “ajuda a proteger não só a saúde, mas também o futuro e a dignidade de toda uma geração de jovens mulheres”.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, descreveu a campanha como “um marco histórico para a saúde pública e para o futuro das mulheres angolanas”. Já a primeira-dama, Ana Dias Lourenço, destacou o simbolismo da iniciativa: “Esta vacina é um escudo de amor e o resultado de anos de esforço para garantir que as mulheres de amanhã possam viver livres do sofrimento causado pelo cancro do colo do útero.”
O apoio europeu reflete o compromisso conjunto com a Estratégia Global da OMS para a Eliminação do Cancro do Colo do Útero até 2050, bem como com os objetivos do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027 de Angola e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Para a União Europeia, esta cooperação é mais um exemplo de como o Global Gateway procura investir nas pessoas e reforçar os sistemas de saúde em África, promovendo um futuro mais justo, saudável e resiliente.