O Brasil consolida-se como ponto estratégico na disputa tecnológica entre a China e os Estados Unidos, com os data centers no centro da corrida pela infraestrutura digital da próxima década. O país atrai investimentos bilionários de provedores globais, impulsionado por um mercado interno robusto, um ecossistema financeiro digitalizado e novas rotas de cabos submarinos que o ligam à Europa e a África.
O eixo São Paulo–Campinas mantém-se como principal polo, enquanto Fortaleza, Minas Gerais e o Rio de Janeiro ganham destaque como novos centros de conectividade.
A energia é o principal desafio: a expansão depende de contratos com fontes renováveis, de maior eficiência energética e da utilização de inteligência artificial para optimizar o consumo.
No plano geopolítico, empresas norte-americanas lideram o mercado de nuvens públicas, enquanto grupos chineses reforçam a presença em sectores como manufatura, energia e cidades inteligentes. Esta competição estimula projectos híbridos e impõe regras rigorosas de segurança e governação de dados.
Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e novas normas de cibersegurança, o Brasil procura equilibrar soberania digital e atração de investimento estrangeiro.
Se conseguir combinar energia competitiva, estabilidade regulatória e formação técnica especializada, o país poderá transformar a atual corrida pela infraestrutura digital num motor sustentável de inovação e crescimento económico.