A China alcançou, pela primeira vez, a sexta posição entre os maiores compradores de café do Brasil, segundo dados divulgados pelo Cecafé. Em outubro, o país adquiriu 211.782 sacas de 60 kg — um aumento expressivo de 176% face ao mesmo mês de 2024 — refletindo a rápida expansão do consumo de café entre jovens e residentes urbanos chineses.
O movimento ocorre num período de queda do volume total exportado pelo Brasil (4,14 milhões de sacas, menos 20% que em 2024), mas de forte valorização do produto: a receita subiu 12,6% no mês e ultrapassou os 1,65 milhões de dólares.
Entre janeiro e outubro, apesar da redução de 20% no volume embarcado, os ganhos cresceram 27,6%, impulsionados pela alta global dos preços.
Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, afirmou que a robustez da receita decorre sobretudo do mercado internacional aquecido, embora tenha alertado para as dificuldades nos Estados Unidos, onde tarifas adicionais levaram à entrada de misturas sem café brasileiro.
O setor tenta agora incluir o produto na seção 2 do decreto executivo norte-americano para permitir sua entrada com tarifa zero.
O salto chinês e a valorização global reforçam a importância do café brasileiro no comércio mundial e projetam a Ásia como destino estratégico para a próxima década.